Em ‘A ordem do mundo’, Drica Moraes busca entender a vida pelos jornais.
Quem nunca pensou em colocar ordem em meio ao caos diário? Esse é o objetivo de Drica Moraes no espetáculo A ordem do mundo, que será encenado no Sesc São Gonçalo sábado e domingo, às 20h.
No monólogo, a personagem tenta ordenar e interpretar o mundo a partir do que lê em jornais. O texto de Patrícia Melo aborda as questões cotidianas que afligem grande parte da população sob a visão feminina.
Na peça, dirigida por Aderbal Freire-Filho, a personagem é uma mulher contemporânea culta e inteligente, que trabalha como pesquisadora e lê todos os jornais, analisando e classificando o conteúdo. Todos os assuntos são fontes de trabalho: economia, política, meteorologia, desastres ambientais, obituários, atentados internacionais e o que mais estiver em pauta na edição do dia. Apesar de ser muito pessimista, ela vê o mundo com humor corrosivo e sarcástico.
Dividida entre a vida profissional e pessoal, acaba se utilizando dos mesmos critérios usados no trabalho para fazer uma análise de suas situações cotidianas, das questões familiares e dos relacionamentos amorosos.Crítica à sociedade.
Já o cenário da peça mistura elementos antigos, novos e futuristas. O local de trabalho da personagem é misterioso, lembrando tanto uma repartição pública quanto um escritório abandonado. Observada o tempo todo por câmeras que reproduzem os seus movimentos por monitores de televisão, a personagem trabalha entre pilhas e pilhas de jornais espalhados pelo local. A ordem do mundo traça um panorama bem-humorado e corrosivo da sociedade atual sob a ótica de uma mulher contemporânea apontando para o futuro.
A autora Patrícia Melo faz, em quase todos os seus textos, uma reflexão sobre o mundo moderno e, principalmente, sobre a mente humana e seus trejeitos.
Patrícia tem vários títulos publicados, entre eles O matador, que se tornou um filme de sucesso estrelado por Murilo Benício em 2003, com o nome de O homem do ano, onde a autora conta a história de um homem totalmente sem graça, mas que mata por acaso um dos mais perigosos traficantes do local e passa a ser agraciado por isso. Ele gosta da bajulação e, realmente, se transforma em um matador. Esta é a terceira peça escrita por Patrícia Melo. A primeira foi Duas mulheres e um cadáver, de 2000, também com direção de Aderbal Freire-Filho. A segunda A caixa, escrita em 2003.
Fonte: JB Online -
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