Eis o que nós aqui no Rio só veremos em maio: Drica Moraes no monólogo 'A Ordem do Mundo'. Ela apresentou-o em primeiro mão no Festival de Curitiba, que termina hoje. Em entrevista há alguns dias, contou-me sobre a peça: "Faço uma mulher que lê os jornais diariamente e acredita que pode dar sua opinião para tudo, organizar o mundo à sua maneira", conta. Deu para sacar que a personagem não é muito normal, um prato cheio para a atriz, que tirou do próprio bolso a grana para a montagem do espetáculo, cuja produção quem toca é o marido. Enquanto muitos atores reclamam de falta de incentivo do governo e pedem novas leis para captação, eis aí um belo exemplo. Lá em Curitiba, por exemplo, a peça mais aclamada foi uma produção bastante modesta, que custou apenas 6 mil reais. Foi 'Aqueles Dois', adaptação do conto do Caio Fernando Abreu. Tá bom, tem que haver incentivo, mas de que adianta ele acontecer, alguns produtores obterem quantias exorbitantes e os ingressos continuarem caros? Pior, em algumas peças turbinadas por grandes patrocínios, não se consegue enxergar isso em cena, nos cenários e figurinos. Preste atenção: a grana vai pra dois ou três iluminadores e cenógrafos badalados que freqüentam nove entre dez fichas técnicas de peso. E cobram alto. Aí fica difícil realmente não gastar muito, não é? O 'Bem Amado' do Nanini, por exemplo, só neste fim de semana fez temporada popular na Uerj, a 10 reais. Antes, cobrava 80 reais lá na Gávea. E tinha como generoso patrocinador um grande banco. Oitenta para ver uma peça que não era superprodução não pode.
Fonte: O Dia
Postado por André Gomes
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